Acontece dia 21 de novembro na cidade de Amarante, o II Sarau Lítero-Musical Da Costa e Silva obra Sangue.
É o segundo ano que acontece o evento na cidade de Amarante sempre realizado sobre o comando da Escola Pública Estadual Polivalente. Esse ano o evento tem uma exposição com obras de Da Costa e Silva e produções dos alunos, que inicia as 17h na própria Escola e as 20h acontece manifestações culturais, tudo no dia 21 de novembro. Uma noite com diversas atrações que são produzidas por eles mesmos e conta com o apoio da coordenação e professores da escola, além claro da comunidade em geral que tem a oportunidade de conferir e conhecer a obra desse grande poeta conterrâneo e de outros artistas também da terra. Esse ano a festa conta com a participação do Doutor Tatá com uma palestra sobre a vida e a obra de Da Costa e Silva e do bailarino Valdemar Santos que apresenta “JUDEU ERRANTE OU VINAGRE E FEL A SUA SEDE DE ÁGUA” inspirado no poema Judeu Errante do livro Sangue “Trata-se da busca pela vida, da esperança sempre pronta pra reivindicar. Fala de uma vontade que nasce com todos, sede de viver que nos movimenta. Precipitados nas tormentas ou tendo vinagre e fel a sua sede de água. A obra sangue comemora esse ano 100 anos da 1ª publicação e também o aniversário de vida de Da Costa e Silva é 23 de novembro. O Sarau promete ser um grande evento na cidade, tem a pretensão de aliar cultura educação e informação.
(Da Costa e Silva) nasceu em 23 de novembro de 1885 em Amarante. Publicou seus primeiros poemas aos 16 anos. Em 1908 lançou "Sangue". Faleceu em 25 de junho de 1959 no Rio de Janeiro.
(Valdemar Santos) nasceu em 15 de setembro de 1986 em Amarante. Dançou sua primeira coreografia aos 06 anos. Em 1996 dançou "A dança do calango"...
“Judeu Errante
Caminha sempre! E, onde a parar te afoites,
Torvas, sinistras, lúgubres, aziagas,
Desabarão do céu chuvas de pragas
Quarenta dias e quarenta noites.
Em qualquer antro vil onde te açoites,
O teu remorso, em dúvidas pressagas,
Abra-te na consciência as cinco chagas
De Jesus e as feridas dos açoites...
Repudie-te a terra os passos tardos,
Dilacerem-te os pés urzes e cardos,
Pontas de rochas, híspidos abrolhos.
Vinagre e fel, á tua sede! De água
Não eches tu, no horror de tua mágoa,
Nem a da própria lágrima, nos olhos”
Da Costa e Silva.